OS 4 PERFIS DE RESISTÊNCIA AO TRABALHO REMOTO E FLEXÍVEL

By Marcelo Barbosa

Na transição para modelos de trabalho remoto e flexível, é comum encontrar resistência entre líderes, gerentes e funcionários. Identificar os diferentes perfis de resistência pode ajudar a abordar suas preocupações e implementar estratégias eficazes para a aceitação de novas modalidades de trabalho. Aqui estão os quatro principais perfis de pessoas que tendem a resistir ou negar o trabalho remoto e flexível.

1. BEM INFORMADOS COM PAUTAS OCULTAS

Este grupo é composto por indivíduos que possuem amplo conhecimento sobre os benefícios e desafios do teletrabalho. No entanto, eles têm interesses pessoais que os levam a se opor a essa modalidade. Por exemplo, podem fazer lobby para concentrar o dispêndio dos recursos resultantes do trabalho em determinada localidade por interesse econômico, como no caso de negócios locais e empresas que possuem investimentos em imóveis comerciais que se beneficiam da presença física dos trabalhadores. O trabalho remoto mantém a origem da fonte dos recursos relacionados à execução do trabalho, como salários e pagamento de aluguéis, mas permite a descentralização do seu destino. Esse deslocamento do destino dos recursos mobiliza agentes econômicos, especialmente aqueles que se sentem ameaçados por uma potencial perda.

Características do grupo:

  • Detêm informações claras sobre o teletrabalho e suas implicações.
  • Usam seu conhecimento para promover agendas pessoais.
  • Atuam de forma sutil para desacreditar ou minar a implementação do trabalho remoto.

Estratégias para lidar com o grupo:

  • Promover transparência nas comunicações e na motivação das decisões.
  • Demonstrar os benefícios organizacionais do teletrabalho.
  • Evitar que interesses pessoais prejudiquem os objetivos organizacionais.
  • Impedir que conflitos de interesse contaminem as tomadas de decisão.

2. RESISTENTES POR MOTIVOS PESSOAIS OU CULTURAIS

Alguns gestores e funcionários resistem ao trabalho remoto e flexível devido a preferências pessoais, hábitos ou normas culturais enraizadas. Eles podem valorizar a interação face a face, a rotina de ir ao escritório ou simplesmente estar acostumados com a supervisão direta e visível.

Características do grupo:

  • Preferem a rotina e a interação social do ambiente de escritório.
  • Têm dificuldade em adaptar-se a novas tecnologias ou métodos de trabalho.
  • Acreditam que a presença física é essencial para a produtividade.

Estratégias para lidar com o grupo:

  • Promover campanhas de conscientização sobre os benefícios do trabalho remoto e flexível.
  • Oferecer treinamentos e suporte para a adaptação à nova rotina.
  • Incentivar a manutenção de interações sociais por meio de encontros presenciais periódicos.

3. GERACIONAL E TECNOLÓGICO

Este perfil inclui indivíduos, frequentemente de idade mais avançada, que enfrentam dificuldades com a tecnologia necessária para o trabalho remoto e flexível. Além disso, pode haver um choque geracional, onde diferentes atitudes e valores sobre o trabalho afetam a aceitação de novas modalidades de trabalho.

Características do grupo:

  • Encontram dificuldades com ferramentas tecnológicas.
  • Têm uma visão tradicional do trabalho, associando-o ao espaço físico do escritório.
  • Sentem insegurança ou desconforto com a mudança de dinâmica.

Estratégias para lidar com o grupo:

  • Promover a inclusão digital e a adaptação gradual.
  • Fornecer treinamentos tecnológicos contínuos.
  • Facilitar o acesso a recursos de suporte técnico.

4. SUBINFORMADOS OU MAL INFORMADOS

Essas pessoas simplesmente não tiveram acesso a informações adequadas sobre os benefícios e práticas eficazes do trabalho remoto e flexível. Elas podem basear suas opiniões em percepções errôneas ou em falta de conhecimento atualizado.

Características do grupo:

  • Falta de entendimento sobre como o trabalho remoto e flexível pode ser implementado eficazmente.
  • Baseiam suas opiniões em experiências limitadas ou informações desatualizadas.
  • Podem ser influenciadas por boatos ou percepções negativas não fundamentadas.

Estratégias para lidar com o grupo:

  • Implementar programas de comunicação e educação sobre o trabalho remoto e flexível.
  • Compartilhar estudos de caso e histórias de sucesso.
  • Estabelecer canais para feedback e esclarecimento de dúvidas.

CONCLUSÃO

Para enfrentar as resistências ao trabalho remoto e flexível, é essencial reconhecer a diversidade de motivos que levam à oposição e abordá-los com estratégias específicas e direcionadas. É importante ressaltar que as pessoas podem possuir características de mais de um grupo. No entanto, ao entender as nuances de cada grupo e implementar medidas que atendam às suas necessidades e preocupações, as organizações podem facilitar a transição para novas modalidades de trabalho e colher seus benefícios de maneira mais eficaz e harmoniosa.